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Auditoria resolve impasse na hemodiálise em Cacoal, RO

Uma auditoria deve acontecer nos próximos dias para resolver o impasse entre a empresa responsável pelo tratamento de hemodiálise em Cacoal (RO), município a pouco mais de 480 quilômetros de Porto Velho, com a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) sobre o caso. Mais de 150 pacientes renais dependem do atendimento na cidade.

A clínica alega não poder mais realizar atendimentos por não receber recursos do Ministério da Saúde desde julho deste ano. Em contrapartida, a Semusa informou ter notificado o centro por cobranças indevidas. Por isso, os repasses não são mais feitos. O tratamento é fornecido por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) há nove anos.

Segundo a prefeita de Cacoal, Glaucione Rodrigues, há discordância entre o centro de hemodiálise e a Semusa sobre a forma de lançamento dos atendimentos. O dinheiro destinado ao pagamento da empresa é repassado SUS à administração municipal, que, em seguida, encaminha para a empresa. Sem esse repasse, o centro alega não conseguir continuar com os atendimentos.

A Semusa notificou a empresa por cobranças indevidas de procedimentos, conforme a administração municipal. Glaucione disse que houve uma reunião entre as partes onde conversaram sobre o assunto.

Ela também negou a possibilidade de parar com tratamento. Pelo menos 150 pacientes renais dependem do atendimento.

“Os técnicos da secretaria estão ajustando com os da empresa. A Secretaria de Estado da Saúde fará uma auditoria deixando os lançamentos de forma correta. Como for definido, a administração acatará. Mas eu garanto à todos que o trabalho não vai parar. Esses pacientes não ficarão sem atendimento, nenhum dia sequer”, disse Glaucione Rodrigues.

A prefeita acrescentou que caso a empresa não queira continuar prestando o serviço em Cacoal após a auditoria, o estado já sinalizou que poderá assumir. Ressaltou ainda que uma empresa de Vilhena (RO) demonstrou interesse.

O diretor do centro de diálise, Dr. Luiz Parada, confirmou que houve a reunião com a Semusa, onde empresa e administração expuseram alguns pontos. Ele afirma que a forma de pagamento que a Secretaria de Saúde está propondo inviabiliza a empresa de continuar com o serviço.

“Nós passamos à prefeita que não há nenhuma cobrança indevida, pois nossa equipe passou por um treinamento com o pessoal do estado. Na reunião não chegamos a nenhuma conclusão. A secretaria não nos informou como procederá nos próximos meses. Mas a forma de pagamento que nos está sendo oferecida nos inviabiliza. Não estamos dizendo que fecharemos a empresa, mas vamos parar de atender a tabela do SUS”, confirmou o médico.

Glaucione Rodrigues não informou uma possível data de quando a auditoria será feita no centro de diálise.

Por Magda Oliveira, G1 Cacoal e Zona da Mata

Fonte: G1