
Nefrologista fala sobre cálculo renal no ‘AB Saúde’
No estúdio do AB1, o nefrologista Ricardo Maranhão conversou com o apresentador Almir Vilanova sobre o assunto.
O cálculo renal também é conhecido como “pedras nos rins”, atinge principalmente os homens, mas as mulheres também precisam ficar atentas.
Confira a entrevista:
TV Asa Branca: Tem como saber se tem pedras nos rins sem que seja por meio da dor?
Ricardo Maranhão: Geralmente os pacientes têm a primeira crise e neste momento será feito o diagnóstico, porque as dores na coluna, na maioria das vezes, pode estar relacionadas às dores na coluna, às vezes até de questão muscular. Geralmente na primeira ida ao hospital, será feita uma ultrassom, um exame mais rápido e mais barato de se fazer, e nesse ultrassom consegue-se identificar as pedras e consegue-se fazer o diagnóstico realmente de cálculos renais que vai proceder de acordo com a necessidade.
TV Asa Branca: Como as pedras nos rins são formadas e por quê?
Ricardo Maranhão: O rim funciona como um reservatório de água e de filtração, então no momento que todas as substâncias que têm no corpo passam pelos rins, esse rim é responsável por eliminar o excesso daquilo. No momento que a pessoa tem algumas substâncias em excesso, aquilo começa a se conectar uma com a outra e fazer como uma “bolinha de pedra” que se chama nucleação, e essa bolinha de pedra quando o paciente tem algum fator de risco, pode facilitar a conexão com mais outras pedras e começa a fazer mais pedras com a que tem. Têm pacientes que conseguem fazer cálculos renais de 5 a 6 centímetros, têm outras que fazem pedras pequenas, mas não tem tanto fator de risco para poder agregar essas pedras, então fazem pedras um pouco menor de 1 e 2 centímetros, isso depende muito do paciente, depende muito da substância que está sendo usada, porque têm tipos diferentes de cálculos, quando a gente diz que o paciente tem pedra renal, é impureza não tentar estudar e descobrir qual a causa dessa pedra. Cada pedra tem um tratamento específico para prevenir, seja na alimentação, no remédio e etc.
TV Asa Branca: Quem nunca teve nenhum sintoma deve fazer o quê para investigar, para evitar chegar em um estágio muito avançado e ser surpreendido com muita dor?
Ricardo Maranhão: Não existe por nenhuma Sociedade Brasileira de Medicina nenhuma indicação de fazer a prevenção dos cálculos. O que acontece hoje é que pela facilidade de se fazer ultrassom, na maioria das vezes o médico encontra cálculos em pacientes que nunca tiveram crise renal, então talvez essa seja a melhor hora para fazer prevenção, pois se conseguir evitar que essas pedras se conectem com outras e cresçam, às vezes se espele essa pedra quando é pequenininha e nem percebe que colocou para fora.
TV Asa Branca: Quem já teve três cálculos renais com intervalo de alguns anos, de um cálculo para outro, isso é normal?
Ricardo Maranhão: É normal, existe um estudo que mostra que 12% da população do Brasil, vão apresentar algum cálculo uma vez na vida, e o mais alarmante de tudo é que quem tem um cálculo tem 60% de chance de fazer um outro cálculo até o final da vida. Então, a pessoa que é formadora de cálculos, tende a ser uma formadora de cálculos pelo resto da vida. Muita gente pensa que vai fazer uma cirurgia, fazer um laser para resolver o problema e na verdade não vai resolver, é preciso fazer uma mudança no estilo de vida, na alimentação e descobrir qual é aquele tipo de cálculo na prevenção, porque a chance de formação é muito grande.
Fonte/Créditos: G1